sexta-feira, outubro 23, 2009

Novidades e mais um no papo

Xiça! Isto é que tem sido!



Como os meus amigos sabem, eu ando pelo Perimeter Institute, perto de Toronto. Nas últimas três semanas tenho trabalhado como um animal, de manhã à noite, com uma pequena pausa aí pelas seis da tarde para falar com o meu contacto de Cambridge que me permite manter a sanidade mental.

Mas hoje, hoje meus amigos, dia 23 de Outubro de 2009, os meus esforços finalmente compensaram! Ganhei o prémio... eer desculpem lá, estava que estava a ter uma visão profética qualquer :P não, simplesmente acabei a porcaria dum artigo no qual estava a trabalhar já há uns cinco ou seis meses, e que se não me trará fama e fortuna ao menos trar-me-á paz de espírito durante uns tempos!

O famoso artigo intitula-se "Transport coefficients, membrane couplings and universality at extremality" e deverá sair segunda ou terça. O título é meio esquizofrénico, mas a ideia do artigo é simples. Uma coisa que eu gostava de falar aqui no blog um dia destes é sobre AdS/CFT, a área da teoria de cordas onde eu trabalho e que acho fascinante. Mas essa conversa fica para outro dia, o que é importante é que este AdS/CFT pode ser usado para fazer contas muito difíceis duma maneira extremamente simples. A ideia é básica é que há duas teorias que parecem diferentes mas que na realidade são iguais, e quando numa é difícil fazer contas na outra é fácil e vice-versa.

Pronto, a ideia é usar isto para estudar coeficientes de transporte em fluidos muito pouco viscosos. Isto geralmente quer dizer que as interacções entre as partículas constituintes do fluido são muito fortes. Nestas circunstâncias usamos o nosso AdS/CFT e em vez de falarmos dum fluido falamos dum buraco negro (!!!!), e as propriedades do buraco negro dão-nos as propriedades do fluido. Fixe né?

O meu artigo fala sobre como usar os buracos negros para aprender mais sobre o fluido em várias circunstâncias. Isto inclui casos em que a teoria da gravidade não é exactamente a relatividade geral de Einstein, mas em vez disso tem umas pequenas correcções que, vocês adivinharam, vêm das cordinhas.

De modo que estou contente! Um a menos, venha o próximo! Terça já volto para Cambridge, de modo que a minha viagem aqui não foi completamente inútil ;) Mais novidades para breve!

domingo, outubro 11, 2009

Mais uma voltinha, mais uma viagem

Eu e a mais que tudo voltamos a Cambridge na segunda passa. A Camille conduziu na parte francesa para o coxo poder se repousar (merci chèrie!) e eu acabei c parte inglesa depois de passarmos o túnel da Mancha. Na terça às 8 estava a levantar-me para me preparar para partir mais uma vez, desta feita para o Perimeter Institute em Waterloo, Canadá.



A ideia é passar cá três semanas para acabar uns projectos com os meus colaboradores de Além-Mar a dar umas feriazinhas à Camille que ela bem merece. Mas porra, viajar pode ser chato...

8:00 Levantar
9:45 Autocarro para Heathrow
12:15 Heathrow
13:00 Abre o check-in
15:00 Parte o avião
... (7h30 de avião SEM SISTEMA DE ENTRETENIMENTO)
22:30 Chego a Toronto.
00:00 Apanho a limosine ;) que me leva a Waterloo
1:00 Deito-me na cama...

Até agora está tudo a correr bem, se trabalhar mais de dez horas por dia conta como correr bem. Mas, está a ser muito estimulante, e o trabalho está a avançar, é o que interessa!

quarta-feira, outubro 07, 2009

Aquele onde o Migas corre (mais que) uma meia-maratona

2h24. Este foi o tempo que demorei a percorrer os 24.3 km que separam as cidades de Sedan e Charlesville-Mézières, na região das Ardennes em França. Mais de 3100 corredores tentaram completar aquela que é a corrida mais antiga da Europa, já na sua 89ª edição! Entre desistências e cãibras houve 200 que não acabaram. E assim, consegui pela primeira vez na minha vida fazer uma corrida de longa distância, acima mesmo de uma meia maratona (que é só 21.1 km :P )

Sexta-feira saímos de Cambridge rumo a Laon, terra dos avós da Camille. Estava um bocado nervoso nos dias que antecederam a corrida, mas a comidinha boa da Mamy Jacqueline ajudou-me a acalmar ;) Aquilo que me preocupava mais era a minha perna esquerda. Duas semanas antes da corrida, num dos meus treinos mais difíceis (16 km) fiquei com uma espécie de contractura na perna que nunca passou completamente. O meu medo era que não fosse capaz de acabar a corrida por causa disso.

No Domingo lá fomos para Charlesville, onde nos encontrámos com os pais da Camille.
Isto porque o pai da Camille já é um veterano, e decidiu acompanhar-me,ou melhor eu é que o acompanhei para a sua terceira corrida. Apanhámos o autocarro para Sedan, apinhado de gente com ténis à pro e fatos de corrida que mais pareciam de mergulho. Mas eu não fiquei intimidado :P

Chegámos a Sedan e fomos parar a um ginásio para esperar a hora da partida. É um ambiente engraçado... centenas de pessoas a comerem as suas sandes, barras de cereais e saladas de massa para acumular energia para a prova, a massajarem os músculos com cremes, até a pôrem adesivos nos mamilos para não ficarem irritados com o roçar, e finalmente os WC apinhados. Os mais necessitados/apressados aproveitaram o terreno vago ali perto como casa de banho improvisada...

Após muita antecipação chegou a hora de irmos para a partida. Mais de três mil pessoas prontas para a largada, o público nas varandas e na beira da estrada a puxar por nós! Ouviu-se um disparo e lá fomos nós!

A rota que vai de Sedan a Charleville leva-nos pela velha estrada nacional, atravessando aldeias onde a banda local toca em nossa honra, passando pelos campos com as vaquinhas a pastar, e com o riu Meuse logo ali ao lado. O tempo foi clemente: não estava sol, mas também não choveu e a temperatura era ideal.

Nos últimos quilómetros entramos em Charleville já todos rotos... A minha perna começou a doer aos 7km e foi lentamente piorando até ao fim, mas felizmente aguentou! Passamos pelo centro da cidade onde as ruas estavam fechadas ao trânsito e uma multidão dava-nos a motivação para acabar esta última etapa; senti-me como um ciclista na volta a Portugal. Mas, por esta altura estava tão cansado que nem sequer sorri :P só pensava em acabar!

Finalmente chegamos ao fim onde a minha massagista pessoal já estava à minha espera, e faço um último sprint para cortar a meta! Conseguiiiiii!

P.S.: Fotos para breve... Entretanto tenho um vídeo da minha chegada victoriosa para quem quiser ;)

terça-feira, setembro 29, 2009

Visita ao inimigo

Este fim-de-semana, eu e a visage-moitié fomos para a passeata.


Como já é habitual, preparámos tudo à última da hora. Na sexta-feira à noite, após umas cinco ou seis tentativas lá conseguimos arranjar guarida para sábado, no Bed & Breakfast "The Ridge" em Bourton-on-the-Water. Para quem não sabe, a Inglaterra e o Reino Unido em geral têm uma grande instituição que é esta dos B&B, onde por um preço razoável ficamos instalados numa espécie de pensão familiar, com direito a um belo pequeno-almoço pela manhã. Normalmente são casais que têm uma casa grande, ou algum celeiro restaurado que modificam uns quartos para poderem receber pessoas. O preço é mais baixo, e o ambiente é mais acolhedor e familiar quando comparado com um hotel.

Ora então saímos de casa no dia seguinte de manhãzinha, rumo aos "Cotswolds", uma região típica pelas suas colinas verdinhas, aldeias de pedra dourada e muitas, muitas ovelhas. Após umas duas horas de caminho chegámos à nossa primeira paragem, Warwick.



Warwick é sobretudo famosa pelo seu castelo, que ao que parece é um dos mais visitados de Inglaterra. Nós ficámos satisfeitos em andar simplesmente por lá a passear e a aproveitar o sol (sim, estava sol!!). Com a nossa sorte chegámos lá num dia que havia um festival qualquer, porque havia vários grupos folclóricos espalhados pela cidade a fazer danças típicas! Uma delas envolvia um grupo de mulheres meio zangadas que se agrediam mutuamente com paus, mas tudo com um espírito descontraído ;)



A próxima paragem foi em Chipping Camden. Por esta altura estávamos a meia da tarde e o sol trazia uma luz perfeita às casas de pedra cor de mel. A Camille procurou desesperadamente uma sopa em todos os pubs e cafés dali da zona... Infelizmente ou a sopa era de tomate, ou já não serviam comida, ou estavam fechados :P




Acabámos o dia na "Veneza dos Cotswolds", Bourton-on-the-Water, onde ficava o nosso Bed & Breakfast. Há um minúsculo rio que atravessa a aldeia (a água é tão pouco profunda que o podíamos passar sem molhar os joelhos), entrecortado por umas pontes. Eu nunca fui a Veneza mas tenho a impressão que é ligeiramente diferente...



No dia a seguir fomos a Oxford visitar o inimigo!! Oxford é bastante mais cosmopolita que Cambridge, e uma pessoa sente-se mais numa cidade a sério, apesar de Oxford ser mais antiga. Na realidade, Oxford é uma das três universidades mais antigas da Europa, juntamente com as universidades de Bolonha e Paris. Os destaques?




A biblioteca Bodleiana, casa de onze milhões de livros (!!!), e os colleges New, Magdalene e Christchurch. O primeiro é um antigo mosteiro, e ainda se podem visitar os claustros. Nesses claustros foram filmadas cenas dum dos Harry Potters! Já o Magdalene fica ao longo do rio Cherwell, e é casa duma manada de cervos!!



Finalmente o Christchurch tem jardins tão grandes que foram tornados num parque público, e é a casa da famosa sala de refeições (Hall) que se vê no primeiro Harry Potter. Foi nesse college que estudou o Lewis Carroll, autor da Alice no País das Maravilhas, e no Hall existem vários detalhes que o inspiraram quando escreveu o livro.



Belas paisagens, belos colleges, mas sobretudo uma bela companhia ;) Um beijinho para a minha mais fiel leitora do seu Bloguista canadiano!

quinta-feira, setembro 17, 2009

Felicidades Carlos e Joana


Entre os dias 8 e 15 de Setembro, Portugal foi um país mais enriquecido devido à presença deste vosso ilustre colega. E a razão para esta visita foi boa: o primeiro casamento do grupo! Carlos aka Caroxo aka Quicas deu o nó com a Joana numa igreja ali no Estoril, mesmo ao pé do casino.

A igreja por sinal era muito bonita lá por dentro, e a cerimónia foi gira. Houve leituras e um coro a cantar música clássica. Ah, e não demorou muito o que é sempre bom ;) Confesso que só foi ao ver a Joana vestida de noiva juntamente com o Carlos no seu fatinho ajoelhados à frente do padre, que me apercebi que este casamento ia realmente acontecer: finalmente alguém do nosso grupo casou-se! Parece que finalmente estamos a chegar a adultos. Porra, afinal não vou ser puto para sempre... Andei enganado este tempo todo!

Fomos em procissão até Colares, onde se encontrava a Quinta que os noivos escolheram para fazer a festa. Uma boa ideia foi começar logo com uns aperitivos ao mesmo tempo que se tratava das fotografias. O melhor ainda foi aquele pão alentejano completamente enchido com farinheira... hmmm.

Depois das fotos durante as quais ainda andámos por lá na palhaçada, seguiu-se o "almoço" (já eram quatro da tarde). Sopa, prato de carne, peixe e sobremesa deram para tapar qualquer buraco que tivesse escapado ao assalto dos aperitivos. Mas o melhor foi mesmo mais tarde o buffet! Mesa de mariscos (até me vêm lágrimas aos olhos só de me lembrar), carnes frias, sobremesas, queijinhos... :(

Pelo meio houve animação, leia-se bailarico, incluindo uma demonstração de tango por dançarinos profissionais. Já ao final da noite o bolo de noiva fez a sua entrada acompanhado da música do Old Spice e de gajos vestidos de monge e atacados por fogo de artifício. Um bocado estranho, mas o bolo era bom ;)

Como não podia deixar de ser, fomos os últimos a deixar a Quinta (sem contar com os noivos claro). Foi um dia bem passado, um marco de passagem, o começo da fase "casamentos". Depois começam os baptizados, primeiras comunhões, aniversários, etc até chegar aos funerais lol Mas daqui até lá, ainda hão-de vir muitos bons momentos.

Felicidades Carlos e Joana!

quarta-feira, agosto 26, 2009

Caminhada a sul de Cambridge

No belo Domingo que passou, eu e a minha mais-que-tudo fomos dar um belo passeio pelos campos e bosques a sul da cidade. Entre os pontos altos: um avistamento dum bambi, a Camille a balouçar-se numa cordita quase a cair para dentro dum ribeiro, os campos de trigo desertos, e as casinhas com telhado de colmo.











Measure for Measure




Ontem fui cultivar-me indo assistir a uma peça de teatro. E como não faço as coisas pela metade, foi logo uma peça de Shakespeare: Measure for Measure. O cenário não podia ser melhor, ao ar livre nos jardins do Robinson College. Depois dum jantar rápido de peru panado no Wolfson Court peguei na minha fiel bicicleta e desci a Grange Road até ao college, onde a minha Camille já estava a chegar com a sua cabecinha amarela e sorriso bonito (mas não amarelo). Sim, porque a Camille não pôde comer comigo e então levou o seu jantarinho preparado para o teatro. Aqueles "crunchs" durante a peça eram ela a comer a sua cenourinha.

Mas voltando ao teatro. O enredo desta peça era uma coisa fabulástica. Felizmente a minha cara-metade gaulesa teve a feliz ideia de me trazer um resumo, senão não tinha percebido nada. O duque de Viena deixa a cidade durante uns tempos deixando o governo a cargo de Ângelo, um suposto puritano que pretende aplicar seriamente tudo quanto é lei anti-sexo. Começa condenando à morte Cláudio por fornicação. Isto porque o dito não aguentou esperar pela data do casamento. O amigo de Cláudio, Lucius (que era uma espécie de bobo que divertia-se a saltar do palco para a relva e meter a cabeça por entre os arbustos), convence a irmã de Cláudio, Isabella, uma candidata a freira a ir pedir misericórdia a Cláudio. Este apaixona-se por Isabella e acaba por lhe dizer que salva o irmão se ele lhe der a virgindade (é mesmo assim). Ela diz que não, e o pobre Cláudio fica enrascado. Entretanto o Duque na realidade anda disfarçado de monge a ver o tudo o que se passa e diz à Isabella que a antiga noiva de Cláudio, Mariana, ainda anda por ali. Então Isabella diz ao Angelo que sempre vai prá cama com ele mas tem de estar escuro e em silêncio. Claro, que quem vai prá cama com ele é a Mariana. Mas o Ângelo é trafulha e manda cortar a cabeça ao Cláudio de qualquer maneira. Então o Duque (disfarçado de monge) consegue fazer com que em vez da cabeça do Cláudio lhe mandem a cabeça dum pirata (que eu não me lembro nome) que morreu nessa noite de febre.

Acaba tudo por ser revelado: o Ângelo tem de se casar com a Mariana, o Cláudio safa-se, o Lúcio vai parar à prisão porque andou a dizer mal do Duque ao monge e mal do monge ao Duque (que são a mesma pessoa, e logo levou a mal), e o Duque pede a mão da Isabella em casamento (apesar de esta querer ir para freira). Ela não responde nem que sim nem que não e acaba a peça.

Fiuuu! Complicado eh? E isto é só o resumo. Agora imaginem isto durante duas horas com um Inglês todo torcido em que para dizer "vou ali e já venho" dizem "parto minha senhora mas asseguro-vos que antes que as sombras dos plátanos tenham encoberto o Parténon, sua senhoria pousará os olhos naquele que vos tem em mais alta estima".

Mas pronto, gostei :)

terça-feira, agosto 18, 2009

Contas ou a vida dum doutorando em Física




Teoricamente, fazer Física devia ser assim.

Passar os nossos dias a passear por bosques a meditar sobre as questões mais profundas: o que é o espaço, o que é o tempo, como foi criado o Universo, de que é feito tudo, etc etc. A meio da tarde sentar-se à volta dum café (ou carioca de limão dos GRANDES), e discutir com os colegas, inventar teorias, redefinir a nossa visão do mundo. Isto tudo em cenários idílicos, com ribeirinhos, edifícios em mármore, e longe do bulício, das multidões, do barulho.

Na prática, não é nada disto claro. O pão-nosso de cada dia dum doutorando em física teórica é estar ou perdido numa resma de folhas de papel atafulhada com contas parciais e gatafunhos, ou agarrado ao ecrã dum PC (ou Mac para os finórios) a fazer aquelas contas que à mão não são possíveis porque demorariam anos, fechado num gabinete muitas vezes sem janelas e que até pode cheirar mal. Até pode ser que cheire mal por culpa dos ocupantes mas isso não vem ao caso.
E o cúmulo é que muitas vezes nem percebemos por que é que estamos a fazer as ditas contas (para além de "foi o meu orientador que disse").

Ser doutorando é passar uma tarde inteira a tentar perceber um único parágrafo dum artigo. É estar dois dias à espera que o computador acabe os cálculos para nos apercebermos que afinal temos que fazer tudo de novo porque nos esquecemos de multiplicar qualquer coisa por um factor dois. É estar consciente de que somos como crianças a chapinhar nas poças que ficam na areia quando a maré vaza, quando ali, apenas metros à nossa frente, há um oceano inteiro de conhecimentos que nunca conseguiremos atingir (como bom Almadense, tinha de fazer uma metáfora de praia).

Gostava que houvesse uma pequena moral para este relato. Mas não há. A realidade é que fazer física é um trabalho como qualquer outro, com momentos bons e maus, onde é preciso esforço, perseverança e mesmo casmurrice para atingir resultados e chegar a algum lado.

domingo, agosto 09, 2009

Primeiro fim de semana da temporada



Ainda agora vim de férias e já estou de fim-de-semana, ouço-vos perguntar? Não bastaram as férias que já tive? Pois bem, têm muita razão e é por isso que estive a trabalhar. É verdade meus amigos, trabalhar ao fim-de-semana que o doutoramento não se faz sózinho! Mas, claro, como é algo deprimente ter de trabalhar ao sábado, decidi dourar a pílula indo esparramar-me nos relvados do St. John's.

À esquerda vemos os alegres punters a passarem o seu sábado no quasi-trânsito que assalta o rio Cam por estes dias de Verão. E é ali, naquela encosta relvada, que o vosso amigo passou a tarde toda a ler artigos.

Os desenhos do caderno parecem altamente técnicos mas não se preocupem, foi mesmo inventado à pressão só para ficar bonito no blog. Ok, se querem mesmo saber o título do artigo é (aportuguesado) "Hidrodinâmica do espaço-tempo e dinâmica do vácuo". O que não faz sentido nenhum, porque tanto quanto eu saiba o espaço-tempo não tem nada a ver com água e o vácuo não tem muita dinâmica, já que é só espaço vazio. Mas, para inventar é que me pagam, e assim lá passei umas belas horas a estudar isto.

Claro que o fim de semana não pode ser só trabalhar! Na sexta à noite fui com a Camille a casa da Martinha, e como toda a visita que se preze à Marta, saímos de lá empanturrados de bolos e com umas centenas de calorias para queimar. Tivemos a oportunidade de ver o "O brother where are thou" dos irmãos Cohen, que recomendo vivamente. O filme conta a história de três prisioneiros que se evadem aos trabalhos forçados no Mississipi da Grande Depressão. Vão passando por uma série de peripécias numa viagem inspirada pela Odisseia de Homero, sempre acompanhados por música: Blues, Folk... E para as meninas, o actor principal é o George Clooney...! pff.

E bem, agora, como a Camille também se esmerou no almoço de hoje (Saumon au miel et thym, pommes de terre à la Boulangère et petits haricots verts grillés aux oignons) (é a vantagem de ter uma namorada francesa eheh), acho que está na hora de ir dar uma corrida!

E vocês, que tal esse fim-de-semana?






Portuguese Summer 2009: Best of







Aqui ficam algumas imagens deste Verão em Portugal. Já tenho voo marcado em Setembro! Com um bocadinho de sorte ainda vai dar para recuperar um pouco do meu bronzeado que já pouco a pouco começa a dissolver-se na palidez anglo-saxónica...

quinta-feira, agosto 06, 2009

O regresso


Xiiii pá tanto tempo!



Ao fim de três anos de ausência, resolvi dar uma volta de 360º na minha vida e voltar ao 'blogue'. Eu sei que vocês sentiram todos a minha falta, e para dizer a verdade eu também.. mas só um bocadinho ;)

Com estas conversas, este já é o meu quinto ano em Cambridge. Parece mentira! Tanto tempo aqui quanto na faculdade, custa a acreditar não é? Ainda no outro dia estávamos todos a fazer uma festa de despedida, todos reunidos no Galeria a comer uns bifes cheios de natas...

Isto parece uma boa oportunidade para fazer um pequeno resumo destes últimos três anos. Em fast forward:

1º ano: Contas, contas e mais contas. Comprimir uns quantos milhões de termos para apenas vinte foi o meu grande feito. O outro foi ter conseguido que a Camille me aturasse esse tempo todo.

2º ano: Publico o meu primeiro artigo, e seguem-se rapidamente mais quatro. Começo as minhas primeiras colaborações, nomeadamente com o Rob Myers e o Aninda Sinha no Perimeter Institute no Canadá, o que me dá direito a ir lá de vez em quando passar um mesito. Começo a viver com a Camille. Mais uma vez a Camille atura-me, ao mesmo tempo que passa o equivalente a dois doutoramentos em física no espaço de um ano. Ah e sai-se bem ainda por cima.

3º ano: Mais um artigo publicado e mais um ano com a Camille a aturar-me. A libra baixa para perto da paridade deixando-nos a todos ricos e o Algarve mais vazio.

Pelo meio muitas viagens, conferências, workshops, summer schools, seminários, festas, churrascadas, jantares, e todas as alegrias da vida a dois (e para ser sincero, algumas chatices também, mas é só para fazer o resto saber melhor). E claro, no coração sempre a terra mãe (o "deserto"), a família, os amigos, a praia, os pastéis de nata, as cartadas, os cafés, o sol e acima de tudo os camarões, as farófias e o gelado da minha maezinha.



Expectativas para este ano que agora começa? Prognósticos só no final do jogo, mas o ano promete meus amigos! Entre vários projectos, uma meia maratona em Outubro, candidaturas para pós-doutoramento e a procura de dinheiro para me sustentar a partir de Janeiro parece que vamos andar entretidos!

Por isso, mantenham-se ligados e se vos apetecer comentem, senão também não faz mal, o importante é o convívio ;)

Abraços e beijinhos,

Miguel "O emigrante" Paulos